Por mais que você seja organizado, pesquise as melhores aplicações, mantenha um orçamento, mesmo assim, as suas decisões financeiras não serão totalmente racionais ou acertadas. Isso ocorre porque as emoções, ainda que não sejam percebidas, influenciam constantemente nossas atitudes em relação ao dinheiro.

Portanto, o ideal é entender como esses sentimentos estão ligados ao uso do dinheiro e, assim, ponderar essas questões na hora de tomar decisões.

Segundo o especialista em finanças comportamentais, Jurandir Macedo, existem quatro principais significados para o dinheiro, que são: segurança, liberdade, poder e status. Cada um desses perfis foram traçados a partir de dois eixos: o das expectativas, que mostra como cada pessoa encara o risco, ou seja, se é otimista oupessimista; e o da sociabilidade, que separa o indivíduo em dois grupos: entre aqueles que precisam da aprovação do outro para se sentir bem e, assim, são sociáveis; e os que se consideram valorosos independentemente da opinião alheia, que seriam os mais individualistas.

Ao descobrir em qual perfil você se encaixa, é possível mudar de posição em diferentes momentos da vida, lutar contra uma tendência, equilibrar as emoções entre os perfis e reconhecer que todas são importantes, até as que parecem negativas.

Veja o significado que cada perfil atribui ao dinheiro e seus riscos:

SEGURANÇA
Tendem a enxergar o dinheiro como segurança pessoas pessimistas e individualistas. O dinheiro para elas é um meio para se proteger de um futuro hostil. Como não estão preocupadas com a opinião dos outros, preferem que ninguém saiba que elas têm dinheiro. Costumam ser grandes poupadoras e tendem a ter quase todos seus investimentos em opções extremamente conservadoras, com baixo risco e baixo rendimento. Sacrificam-se muito para acumular, mas por seu pessimismo não deixam o dinheiro trabalhar adequadamente para seu sucesso. Dentro de uma instituição financeira, seu foco é pagar pouco. O grande risco para estas pessoas é passar por privações geralmente desnecessárias.

LIBERDADE
Tendem a enxergar o dinheiro como liberdade pessoas otimistas e individualistas. Encaram o dinheiro como um meio para conseguir aproveitar a vida e não se preocupam com ele, pois vivem certas de que no futuro terão muito mais do que hoje. São pessoas que dificilmente poupam. Elas buscam em seu gerente ou consultor financeiro alguém que resolva seus problemas. Tudo que elas querem é não ter que pensar em dinheiro. Como não se preocupam com o dinheiro, não dedicam tempo para a formação de reserva de imprevistos ou de aposentadoria. O risco destas pessoas é o risco que impõem a si mesmas e a suas famílias.

PODER
Tendem a enxergar o dinheiro como poder pessoas pessimistas e sociáveis (que precisam da aprovação do outro para se sentir bem). É o indivíduo que precisa que todos saibam que ele tem muito dinheiro - mas ele não gasta, já que o poder vem desse fato. Uma vez gasto, o dinheiro deixa de representar poder. São pessoas que dedicam muito tempo para ganhar e guardar e tendem a ser pessoas difíceis, pois mascaram a insegurança com arrogância no trato com as pessoas. O grande risco destas pessoas é o isolamento. Por terem dificuldade de compartilhar, essas pessoas tendem a afastar aqueles que se aproximam delas.
O grande problema é que o dinheiro se transforma em coisas e, quando isso ocorre, deixa de proporcionar poder.

STATUS
Tendem a enxergar o dinheiro como status pessoas otimistas e sociáveis (que precisam da aprovação do outro para se sentir bem). Para elas, o dinheiro é status, uma forma de mostrar o seu sucesso e valor. São pessoas que geralmente dedicam muito esforço para ganhar dinheiro. Elas gostam do dinheiro, mas gostam ainda mais de gastar esse dinheiro para comunicar aos outros o seu sucesso. Não se preocupam em pagar para as instituições financeiras, desde que sejam atendidas em ambientes sofisticados e de forma personalizada. O risco para estas pessoas é o da insatisfação. Como se julgam a partir da comparação com os outros, vão sempre encontrar muitas pessoas vivendo em patamares superiores ao seu.

Fonte: Icatu Seguros