Por: Oficina das Finanças

A fase do namoro é marcante na vida de um casal. É também excelente momento para conversar sobre dinheiro e estabelecer metas conjuntas, desde uma experiência trivial a projetos maiores como uma viagem internacional.

Não há fórmula que se aplique a todos os casais, mas visualizar objetivos e fazer planos a dois potencializam a concretização de muitos sonhos. Seguem sugestões que se aplicam a diferentes contextos.

Parceria financeira. Se os dois tiverem fonte de renda mensal, uma possibilidade é abrir conta conjunta e definir quantias mensais de investimento. Os valores não precisam ser iguais; podem ser proporcionais à renda ou de acordo com os compromissos financeiros já assumidos.  

Buscar informação juntos. Casais dispostos a aprender utilizar melhor o dinheiro têm nas mãos grandes oportunidades de crescimento. Além de livros e sites especializados, já existem no mercado oficinas de finanças on-line, com a participação de consultores - uma forma de viver uma experiência personalizada de sustentabilidade financeira.    

Há muitas formas de contribuir. Se apenas um estiver trabalhando, o outro pode gerar renda extra eventualmente ou colaborar na gestão dos recursos. Os estudos sobre felicidade apontam que experiências trazem mais bem-estar do que a compra de produtos, e um presente, por exemplo, não precisa ser caro para ser valorizado.  

Criar oportunidades nas adversidades. Se um dos membros do casal estiver endividado, o apoio mútuo pode transformar a situação em algo mais leve. Nesse caso, é preciso identificar a origem da dívida, não apenas definir plano de quitação, mas também uma estratégia para evitar hábitos que aprofundem o endividamento. Isso proporcionará segurança em casos de imprevistos.

Padrão de consumo pode ser revisto. Criticar o padrão de consumo do outro é um grande equívoco em uma relação. Por outro lado, dialogar e apresentar sugestões pode ser muito construtivo desde que haja respeito pelas escolhas do outro.

Acompanhar o planejamento. Seja qual for a meta escolhida, ela deverá ser acompanhada mensalmente, para verificar eventual necessidade de ajustes. Caso ocorra imprevisto, e não seja possível cumprir a meta em um mês, não se pode desanimar: sigam o projeto no mês seguinte e façam uma compensação financeira no futuro.

Casamento, um capítulo à parte

Quando se programa uma vida a dois, alguns cuidados precisam ser redobrados, pois o sonho de viver um dia único e marcante não pode ser justificativa para assumir empréstimos. A adaptação à vida conjugal nem sempre é fácil, e iniciar esse processo com dívidas prejudica significativamente a vida do casal.

Faz toda diferença determinar previamente o orçamento para mobiliar a casa ou para a cerimônia e a festa, se for o caso. Também vale pensar bem na lua de mel, para não embarcar em uma excursão para a Europa em um momento em que os dois dariam tudo por uns dias de sossego em uma praia simples. Planejar tudo em pouco tempo é desafiador. Por isso, avalie se é possível adiar ou criar soluções criativas para cerimônia e festa. Há diversos blogues e canais do youtube especializados no assunto.

Outra sugestão para não extrapolar os limites do orçamento nesta fase é não assumir de imediato um financiamento imobiliário de longo prazo. Por mais que a casa própria tenha grande valor em nossa cultura, quem tem foco na própria sustentabilidade financeira está atento a uma grande oportunidade que é fazer o dinheiro gerar mais dinheiro. Em vez de alocar todas as reservas na entrada de um imóvel, que tal investir a quantia e ganhar receitas com a rentabilidade de investimentos mensalmente?

Em resumo, a velha dúvida - “não sei se caso ou compro uma bicicleta” - deixa de existir para quem investe na inteligência financeira, pois, com foco, planejamento e conhecimento aplicado é possível casar, comprar uma bicicleta e, ainda, conhecer muitos lugares no mundo, por saber utilizar os juros a seu favor.