Exposição conta a aventura de Brasília e celebra Niemeyer
A exposição, que fica em Paris até junho, viajará a Londres e Nova York
Publicado em 09.01.2014 em Notícias
A aventura da construção de Brasília, que comemorou na semana passada seus 53 anos, é retratada em uma exposição em Paris que presta homenagem a seu criador, o arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, fabricante de sonhos que encontrou na curva sua máxima expressão.
Intitulada "Brasília, meio século da capital do Brasil", a exposição, que abriu sua portas e ficará até junho na sede do Partido Comunista da França, que Niemeyer projetou em 1986 e que foi concluída em 1971. Esse visionário edifício em forma de S, que possui uma enorme cúpula branca, foi classificado Monumento Histórico em 2007.
No Espaço Oscar Niemeyer, cerca de 200 peças, entre documentos inéditos, fotografias históricas, objetos raros e uma enorme maquete, evocam a construção da nova capital no meio do nada, que foi o principal legado de Niemeyer, morto em dezembro passado aos 104 anos e que continua a influenciar arquitetos contemporâneos.
"O objetivo desta exposição é apresentar Brasília ao mundo, uma das principais obras de arquitetura do século XX", explicou a curadora da exposição, a brasileira Danielle Athayde, perante membros dos Partido Comunista Francês (PCF) e do governo Federal brasileiro.
"Queríamos homenagear o espírito de Niemeyer, que deu ao concreto o ar da liberdade, a mesma liberdade que guiou seus pensamentos e sua orientação política", disse.
A exposição, que foi concebida pelo estúdio brasileiro Artetude Cultural, no âmbito das comemorações do 50º aniversário da capital, celebrado em 2010, "conta a nossa jovem história, e permite redescobrir o valor histórico e arquitetônico da cidade", acrescentou.
A exposição, que também presta homenagem ao urbanista Lucio Costa e ao paisagista Roberto Burle Marx, que ajudaram Niemeyer a lançar este grito de modernidade que é Brasília, inclui fotos de monumentos históricos dessa capital projetada e construída a mando do presidente Juscelino Kubitschek, uma das figuras-chave no nascimento da cidade.
Na apresentação da exposição à imprensa, realizada na cúpula branca criada por Niemeyer, que parece saída de um filme de ficção científica, houve discursos e homenagens ao gênio.
Mas, acima de tudo, as notas musicais do grande pianista Arthur Moreira Lima, nascido no Rio de Janeiro em 1940, e que interpretou com emoção as peças de Heitor Villalobos e Ernesto Nazareth, transmitiram aos convidados o lirismo, a sensualidade e poesia de Oscar Niemeyer.
A exposição, que já foi um grande sucesso na Espanha, Portugal, Argentina, Chile e Índia, viajará a Londres e Nova York, segundo a curadora da exposição.
Fonte: Exame
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