Investimento e regulação: dois pilares essenciais para as fintechs no Brasil
Abrir uma fintech no Brasil é, por si só, um investimento desafiador. As possibilidades de inovar no mercado financeiro são gigantes.
Fintechs são startups do setor financeiro que inegavelmente assumem um papel muito importante no país. Em sua essência, essas empresas se prontificam a criar soluções para problemas complexos de maneira simples, rápida e não burocrática. Diferente de outros tipos de startups, as Fintechs operam em um ambiente altamente regulado. Nesse sentido, existe uma relação lógica entre inovação, regulação e os investimentos.
Foi sobre isso, em um recente LIFT Talks, que o investidor e conselheiro de startups membro da BR Angels, Eduardo Gouveia, Diego Perez, Diretor Executivo da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) e João Pereira, Diretor de Investimentos da Portugal Ventures, conversaram ao vivo com o Líder de Inovação da Fenasbac, Rodrigoh Henriques. Você pode assistir essa conversa completa disponível no canal da Fenasbac no YouTube.
Regulação, uma impulsionadora para a inovação
Aregulação abre portas para a inovação que, por sua vez, abre as portas para investimentos. É isso que constatamos na prática. Além disso, existe um fomento à competitividade muito interessante no mercado, por conta de normas reguladoras.
“O Mercado cresceu muito. Tanto em volume, como transação, como cultura. Então quando o regulador entra definindo regras claras, dando segurança jurídica e permitindo que todo mundo consiga se conectar em condições de igualdade, de condições competitivas, as fintechs passam a lutar”, comentou Eduardo Gouveia ao ser perguntado pelo moderador da live sobre a visão em relação aos processos de regulação no espaço de inovação.
O Diretor Executivo da ABFintechs, Diego Perez que também é advogado, defende que intervenções pontuais para promover competição são muito positivas. Ele pontuou especificamente o marco regulatório de 2013 sobre os sistemas de pagamento brasileiros, como exemplo para o crescimento do mercado de fintechs.
“Com esse marco regulatório surgiram mais de 200, 300 fintechs de pagamento hoje em dia. E tudo isso tende a se repetir agora com esses essas novas iniciativas, como foi falado pelo Eduardo, como o Open Banking e o Pix em pagamento instantâneo, onde o regulador busca diluir um pouco a concentração bancária que é ainda muito presente no nosso sistema financeiro brasileiro”, apontou.
Na hora de obter investimento, independente da rodada que sua empresa vai enfrentar, impressionar investidores com projetos disruptivos, estruturados e escaláveis não é suficiente para garantir o sucesso do objetivo. O capital de risco tem uma relação muito próxima da regulação e os investidores estão sempre de olho nisso.
João Pereira, Diretor de Investimento com foco em soluções digitais da Portugal Ventures, destacou a questão falando sobre o papel definidor da regulação nos processos. Para ele, o pesadelo para o investidor de capital de risco é o querer investir e não poder.
De acordo com ele, há uma frustração muito grande para o investidor quando há oportunidade de participar de uma onda de inovação e as próprias startups acabam demorando muito tempo para cumprir as regulações nacionais ficando limitadas em seu crescimento e, consequentemente, em receber investimento.
O que é preciso saber para ser investido
Ter um bom time é fundamental. Talvez, a peça mais importante aos olhos de alguns investidores, como o Eduardo Gouveia. Investimentos em startups acontecem não só pelos projetos mas também pelas pessoas envolvidas neles. A junção precisa ser equilibrada e o sucesso de muitos produtos e serviços fica na mão desse equilíbrio, em diversos casos.
“Primeiro, como investidor, na verdade, a gente olha o time. Às vezes há uma tese mais ou menos, com time muito bom, aí vai para frente. Mas se você pega uma tese muito boa com time mais ou menos, é difícil de decolar. Então primeira coisa que chama atenção para gente, é quem tá puxando a tese, como é a composição desse time de founders, qual é a experiência que tem. Por exemplo eu não ponho nada de dinheiro que seja em uma tese de papel. Tem que ter um MVP, tem que tá rodando, tem que ter cliente, tem que ter produto, tem que ter para poder a gente olhar isso com carinho”, disse Eduardo Gouveia.
João Pereira também reforçou essa ideia ao complementar a conversa e falou sobre o valor das soluções tecnológicas no ecossistema de inovação português. “Nós fizemos investimentos de 50 mil ou 100 mil dólares, nitidamente para poder dar a oportunidade e concordo integralmente com Eduardo, parecemos que olhamos para outras coisas, mas na verdade temos que acreditar nas pessoas. Tem que haver uma equipe e um aparato tecnológico”.
O Diretor da ABFintechs ressaltou outro ponto importante. As boas soluções precisam efetivamente resolver um problema ou até vários, dependendo de como são construídas. De qualquer maneira, é preciso haver esse valor de forma muito clara para os usuários na proposta e, muitas vezes, alinhar isso é um desafio para o time. O especialista compartilhou o resultado de um estudo para venture capital levantado pela Associação, que mostra que 42% das startups que falharam tinham um produto sem necessidade clara ou bem estruturada para o mercado.
“Os gestores, o time, tem que ter uma capacidade de enxergar isso acontecendo, com uma visão crítica e desapego também, porque eles podem achar que o que têm é a grande ideia. Mas, se não foi para frente então precisa mudar a direção e também é preciso saber para que direção mudar. Então, as pessoas têm que estar muito bem capacitadas para isso”, reforçou Diego Perez.
O apetite para fintechs no mercado de investimentos
O Líder de Inovação da Fenasbac, Rodrigoh Henriques, não deixou de lado uma das perguntas mais interessantes de quem pôde acompanhar ao vivo o LIFT Talks sobre Fintechs, Funding e Regulação. “Qual é a visão de vocês em relação ao apetite para fintechs no mercado de investimento?”, questionou o moderador aos três convidados, Eduardo, João e Diego.
Para Eduardo Gouveia, da BR Angels o “apetite” é grande e o potencial é ainda maior. O investidor respondeu a pergunta reforçando o papel positivo do regulador. “Eu acho que com todo esse padrão de regulação, com esse pacote que o Banco Central tá trazendo com a modernização neste processo de pagamentos, há uma profusão de wallets. Eu tenho impressão que vai surgir muita oportunidade ainda e os investidores vão procurar apoiar esse movimento. Eu sou investidor em duas empresas de pagamento e como anjo é impressionante ver como tá tendo flow, tá tendo fluxo e todo dia eu recebo gente perguntando se não quero investir nas oportunidades e principalmente em payments”, disse.
Diego Perez (ABFintechs), também acredita que os investimentos só tendem a crescer uma vez que as fintechs possuem vantagens competitivas muito grandes. Para ele, o momento de crise em particular, afetou positivamente o mercado de fintechs. O Diretor Executivo da Associação ainda compartilhou sobre um investimento que ele, através de sua startup de crowdfunding, a Start Me Up (SMU), recebeu recentemente.
“Hoje a gente vive uma situação extremamente adversa, não só por questões de pandemia e distanciamento social, mas também porque os impactos econômicos acontecem em qualquer região do mundo e as fintechs acabam trazendo soluções alternativas para isso. Uma grande estrutura bancária é como um transatlântico: para ela sair do lugar ela precisa ligar 10 mil máquinas, passar por 10 mil autorizações portuárias para poder virar um grau para direita. Uma fintech é mais um jetski, ela vai para cima para baixo, para um lado e para o outro. Tem menos combustível, claro, vai acabar antes, mas ela tem mais agilidade. Costumo usar essa analogia. Lá na SMU, a gente recebeu um aporte de investimento série A agora no meio da quarentena”, contou.
Na Europa, não é diferente. Inclusive, o Open Banking que atualmente está mais maduro por lá, trouxe um impacto forte para os investimentos em fintechs. No Brasil, espera-se que o resultado será igualmente intenso, após a regulação. João Pereira comentou sobre o cenário.
“O Open Banking trouxe isso. Existe uma série de startups bastante maduras na Europa por ter uma regulação mais avançada. Elas fazem lá sua inscrição regulatória e depois prestam serviços a mais países europeus de uma maneira relativamente simples”, disse o Diretor de Investimentos da Portugal Ventures.
O especialista ainda traz uma visão promissora de futuro que certamente alcança a realidade brasileira. Para ele, a inovação através das fintechs é uma onda que não pode ser perdida.
“Posso abrir uma conta com meu telemóvel, alguma conta minha pessoal ou uma conta para fazer pagamentos, ter cartões de crédito, fazer aplicações na bolsa e até fazer aplicações em ativos como criptomoeda. Isso é possível porque a informação viaja. Eu também estou a surfar agora e é essa onda que dá suporte quando nós queremos coisas novas, certo? Tem aqui muita coisa para fazer ainda”, finalizou.
Você pode conferir essa conversa na íntegra, assistindo o LIFT Talks sobre Fintechs, Funding e Regulação, produzido pela Fenasbac com o apoio do Banco Central, que também coordena o ecossistema LIFT. O vídeo está disponível aqui.
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