Demorou um pouco, mas a Fenasbac finalmente ganhou um registro de 50 anos à altura de sua gloriosa tradição. Está acabando de sair do prelo um luxuoso volume com seus melhores momentos. São 876 páginas coloridas, repleta de fotos, registros, efeitos gráficos e ilustrações.

A começar pela capa, com um grafismo que evoca o ouro do jubileu que se comemora, realizada pelo premiado designer gráfico e publicitário Fernando Carreira, tudo surpreende agradavelmente a quem está acostumado a folhear obras com este escopo, habitualmente burocráticas, rápidas e superficiais. O autor, Clovis Naconecy, mais de 40 anos de vivência na associação, preferiu um mergulho profundo, analítico e sociológico, mas ao mesmo tempo leve no trato, na edição e no texto jornalístico a simplesmente surfar e sair seco por uma história rica e cheia de nuances.

A divisão de abordagens, já no sumário, avisa que se privilegiou uma visão antropocêntrica da história: mesmo que servindo aos bons propósitos de decisões estratégicas, foram os abnegados colegas, na maioria das vezes, que tomaram para si as rédeas das necessidades mais vitais e formataram uma entidade como um braço direito de suas aspirações mais humanas. Quem tiver a curiosidade de passear os olhos pelas páginas vai perceber que, por trás das atividades, do grande inventário de realizações, estão operando colegas que, movidos por entusiasmo e idealismo, enxergaram elos que os uniriam para sempre.

Mas quem faz parte desse universo vai certamente se deleitar com o revival dos períodos dos mandatos dos dirigentes regionais, das festas que promoviam, das obras que engendraram quando os orçamentos eram polpudos, e o calibre dos artistas convidados. Ou com a timeline com os momentos mais marcantes, nacionalmente, como quando o BC deixou, por força de legislação, de injetar recurso na instituição. A memorabília – fotos e muitas recordações de todo o período, com o máximo de identificação possível – é outro ponto alto do livro.

Cultor também de cultura de almanaque, o autor também se debruçou em temas interessantes, e que certamente vão provocar polêmica, como descobrir e elaborar uma lista com os Top 5 dos melhores dos esportes mais praticados de todas as regionais. E consegue emocionar, quando traz o texto de Luiz Albino de Abreu contando os bastidores de uma das maiores olimpíadas promovidas em Brasília, nos anos 1980, coroada pela amizade e que foi decidida por uma fabulosa ação humanitária. Também inclui, ainda que brevemente, uma seção aos moldes da famosa “Meu Tipo Inesquecível”, da revista Seleções, com perfis de colegas personalíssimos.

Mas isso é só uma parte das guloseimas literárias reunidas nesse inesperado relicário. Numa parte quase final, estão guardadas algumas histórias preciosas em forma de crônicas, causos e contos. Lá, identificamos colegas com verve para escritores e até roteiristas de cinema, como Haroldo Verçosa, Aristeu de Campos Filho e Roberto Scholl, entre outros.

São tantos muito originais e alguns tão criativos que dá vontade de antecipar alguns finais. Mas nada mais chato que spoiler! Você, que transita pelo universo baceniano, não pode perder esse volume precioso. Procure em sua Asbac!

Próximos lançamentos: 4 dezembro: Asbac - Rio de Janeiro;

                                     5 dez: Asbac- São Paulo